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View Full Version : Pequeno conto narrado através de um piloto da Luftwaffe



LBR=Gustav.Denk
Sep-15-2014, 17:36
Pequeno conto narrado através de um piloto da Luftwaffe em 1943

Era a última saída do dia para mim, em Prokhorovka. Estávamos agora baseados em Belgorod, a Sul da linha de frente. Subi em meu F4 semi-novo, que herdei de um falecido companheiro após ter o meu irremediavelmente danificado pela flak inimiga em minha última saída.

A tarde estava ensolarada, ainda antes das seis, neste inverno gelado deste fim de mundo. Sempre com saudades da minha cerveja bock feita pelo tio Hans em seu celeiro, demos a partida e acelerei pela pista.

Minha missão: destruir o que encontrasse.

A oposição era tremenda, havia mais que o dobro de aviões inimigos, e nosso Staffel ainda estava usando os antiquados Friedrichs. Teríamos Gustavs se nosso prestígio junto ao OKL aumentasse, nos dizia o GeschwaderKommodore, GuntherRall. Teria que me virar com o F4 mesmo. Para dizer a verdade, gosto muito deste avião, mas o que ouvi falar dos novos G2 e G6 me atiçou a curiosidade.

Havia um dificultador extra, que deu uma pitada a mais de emoção a esta missão. Estava sozinho. Caçando solitário, tentando não virar presa fácil para o bolchevique hediondo. Com sorte e perícia levaria ao menos um para o fundo de seu amado solo pátrio. Que leve minhas lembranças ao Lenin, e explodam os dois!

Ahá, lá estava um dot suspeito sobre território inimigo, seguindo para sudoeste bem à minha frente. Como tinha a vantagem da altitude, segui-o e invertendo, mergulhei como a chama divina. O korno percebeu minha manobra e se esquivou como só um comunista sabe fazer. Percebendo mais 4 prováveis inimigos nas redondezas segui voltando para sul. Estava a 5K de altitude após o mergulho, e vim recuperando. Após poucos minutos o vermelhinho desistiu da perseguição, apesar da evidente vantagem numérica. Exemplificou bem a incapacidade para perseverança do eslavo médio.

Eis que me surge um pedido de socorro pelo rádio. Nossas unidades de terra estavam sob ataque. Exatamente no bloqueio de armas anti-tanque no setor F4, logo a norte de Belgorod. Alguém iria pagar caro pela ousadia. Segui para lá e iniciei uma descida em espiral acentuada, forçando a vista para ver o bandido verde sobre o solo também verde.

E lá estava ele. Um Sturmovik lento como uma jaca velha seguindo sobre a estrada. Como uma sombra, reduzi a potência e mergulhei sobre o maldito. Ao chegar bem perto, a uns 200m disparei todas as armas, mandando chumbo quente no korno. Diversas explosões na asa esquerda e fuselagem, na área do motor, mas ao olhar para trás vi que o tinhoso seguia voando, e o que é mais incrível, atacando!! Devia estar sentindo falta de seus ancestrais, ou era masoquista!

Virei para uma nova passagem e larguei chumbo no porco. De novo pelo lado esquerdo, novamente diversas explosões e o bicho começou a expelir a doce fumaça negra do destino. Me virei para a base, pois a esta altura o porco estaria uivando fora seus bagos no rádio pedindo socorro. Assim me privei de ver uma bela cena de espatifamento e chamas.

Mas logo fui informado que um Sturmovik de fato havia explodido ao ser submetido a uma rápida desaceleração em contato com sua amada terra pátria. Sempre digo que o que mata não é a queda, mas sim o fim dela. Ao cair, siga caindo!!

Verifiquei que não estava sendo seguido e voltei para a base em Belgorod, já me lembrando da cervejinha artesanal da família e do doce inverno da Floresta Negra. Tenho que matar mais bolcheviques para voltar para casa a tempo do próximo inverno! Ao menos teria a schnapps enviada pela turma da infantaria como de praxe. Boa sorte aos garotos da lama, que sofrem mais do que nós, da Luftwaffe.

Tchuss

GERMANWOLF
Sep-15-2014, 18:10
Horrido !!

danperin
Sep-16-2014, 20:48
Boa história! Valeu por compartilhar este conto, LBR=Gustav.Denk!!! :salute:

LBR=Gustav.Denk
Sep-16-2014, 21:29
Que bom que gostou!!

Abs